Nossa agenda nem sempre corresponde ao ideal do nosso trabalho. Quero ressaltar de imediato, que esse é um ponto extremamente delicado de se tratar. Por dois motivos ele se torna sensível: primeiramente, por que a distorção de prioridades varia de pastor para pastor. Em segundo lugar, por que isso mexe com o controle do tempo que dedicamos para trabalhar realmente. Obviamente, não queremos gerar desconfiança sobre nossas reais prioridades, muito menos, colocar em xeque a nossa idoneidade quanto ao uso sábio do tempo. Causa ojeriza descobrirmos que o tempo que empregamos em determinada prioridade é inútil. A realidade geral, no entanto, corrobora nossa sensibilidade ao mostrar colegas cada vez mais cansados e ao mesmo tempo mais desanimados com seus esforços. Muitos estão perdidos numa agenda infindável de dificuldades. Sua rotina parece fora do controle, consequentemente todos perdem, a família, a igreja e o próprio pastor. Esse tipo de situação tem feito surgir muitas figuras anacrônicas do pastorado. Tais figuras são modelos desvirtuadores do papel pastoral. Isso é realmente evidente com um bom número de pastores que se parecem mais terapeutas, bombeiros da fé, gerentes de programas, festivais, excursões, problemas de comissões, disciplina. O duro, é que tudo isso demanda um tempo exorbitante. Não há nenhum problema em todas estas coisas, mas não podemos ser marcados por tais tipos de estereótipos. Somos pastores discipuladores, é o que fica, que deixa legado. As demais coisas são pontuais, gostosas no momento, mas sem efeitos futuros no todo da igreja. A pergunta definitiva é a seguinte: e o discipulado? Onde estão aqueles que reproduzirão a sua liderança? Como isso ocorre na prática? O que você faz que reforça um perfil discipulador? Isso lhe dá prazer? Você enxerga retorno? Pois que fique claro que pastores que entenderam a razão do chamado, entenderam o mandato de Mateus 28:19 – vá e FAÇA DISCÍPULOS.
Quero lhe propor um exemplo de como você pode adequar a sua agenda para realmente discipular pessoas. Pelo amor de Deus, não quero ter a pretensão de dizer a você o que você deve fazer ou não, de maneira alguma, quero apenas propor um caminho seguro, saudável em sua forma, disciplinado em sua essência e que gera resultados em sua prática. Pode ser quem sabe um giro de 180o na sua forma de trabalhar. Não é nada novo, mas também não é o comum que você encontra em qualquer concílio. Esta proposta visa demolir o problema da agenda focada nas pessoas erradas.
A agenda 80/20 é bem simples. Você dedica 80% do seu tempo para a formação de discípulos do seu distrito e 20% para as outras coisas. Eu sei que não é fácil, é uma mudança de paradigmas. Você pode achar que isso lhe dará bastante tempo livre, calma, não se iluda tão rapidamente. De antemão posso lhe garantir uma coisa: SEU MINISTÉRIO TERÁ A MARCA DE JESUS! O discipulado de líderes faz a sua passagem perdurar para além de sua existência. E essa é precisamente a marca dos grandes líderes, eles deixam seguidores!
Observe isso na prática:
DINÂMICA 80/20
- Reunião semanal com eles
- Plano de visitação mensal para eles
- Plano de visitação a outros com os líderes
- Organizar um retiro de final de semana com eles frequentemente
- Ir aos encontros sociais das unidades da Escola Sabatina com eles
- Preparar sermões sobre discipulado e vida em comunidade
- Coordenar um congresso anual de discipulado no distrito